O esperado crescimento da Internet das Coisas (IoT) finalmente está acontecendo. Especialistas estimam que em torno de 20 bilhões de dispositivos estejam conectados até o momento. Até 2030, este número pode chegar até a 150 bilhões.
Neste patamar, dá para imaginar como deve ser afetada a indústria de cabeamento. O impacto será significativo, com reflexos nos data centers, nas fibras ópticas e na ocupação dos espaços subterrâneos, por exemplo.
Data centers
A demanda pelos data centers também deve ser grande, no que se refere à capacidade e latência de rede. Além disso, os requisitos de largura de banda experimentarão igual tendência, ainda mais se for levada em conta a diferença de tecnologia entre 4G e 5G.
A rede 4G pode ser classificada como um método no formato de “1 para 1”, o que significa que uma conexão é feita, a partir do dispositivo de um usuário, com uma torre, em seguida com outra torre, variando de acordo com sua localização.
No caso da rede 5G, o método passa a ser da forma “muitos para 1”: a partir do dispositivo do usuário, a conexão é feita com diversas torres simultaneamente, com o propósito de alcançar velocidade maior e diminuir a latência. Esta metodologia requer uma quantidade maior de torres, antenas e data centers.
Assim, a construção de data centers em locais próximos a torres 5G é uma forma que as empresas adotam para tornar possível o atendimento a estes requisitos.
Fibra óptica
Com o crescimento da IoT, a demanda nas redes de dados aumenta. Somente as redes 5G têm a capacidade de largura de banda para suportar o nível de rapidez necessário para este volume de transmissão de dados.
Um consultor americano afirmou que deve haver um investimento da ordem de 130 a 150 bilhões de dólares nas infraestruturas de fibra óptica, num período aproximado de cinco anos, para que seja possível atender a banda larga, a cobertura rural e a chamada “densificação” sem fio, que é uma necessidade da tecnologia 5G.
Boa parte deste valor estará direcionada para a indústria de cabeamento, fazendo com que a demanda por fibra óptica também tenha reflexo nas atividades das empresas de comunicação e de prestação de serviços de instalação.
Espaço subterrâneo
Um ponto que deve ser considerado é a maior ocupação do espaço subterrâneo, devido à sua menor suscetibilidade às condições climáticas, maior resistência mecânica, além de contribuir para melhoria da estética visual em cidades com maior densidade populacional.
Somando esta tendência com a quantidade de fibra óptica que já ocupa os espaços subterrâneos e que ainda vai ocupar, este aspecto também deve ser analisado na questão do impacto do crescimento da IoT.
Mesmo considerando que as fibras 5G são menores do que as fibras 4G, o aumento da largura de banda requer uma quantidade maior de fibras para atender toda a demanda prevista. Deste modo, o número de cabos de fibra óptica que deverão ser instalados em espaços subterrâneos faz com que estes locais sejam objeto de maior procura, gerando mais valorização.